Messalina
romance da Roma antiga
- Autor: Alfred Jarry
- Disponibilidade: Compra Antecipada
- R$ 42,00
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Disponível também em versão e-book nas lojas:
Tradução e apresentação: Letícia Coura
“Se você perguntar sobre a veracidade dos fatos aqui
narrados, primeiro saiba que, se eu não quiser, não responderei […]. Tudo o que
então ouvi, anuncio com certeza e clareza”, escreveu Sêneca, no século IV a.C.,
em sua Apocoloquintose do Divino Cláudio, uma sátira ao imperador
Cláudio (século X a.C.), marido de Messalina, aquele a quem não é permitido
dormir. E questionar essa veracidade seria natural. Mas ainda melhor seria
imaginar, criar, antropofagiar fatos e mitos num romance de violência e liberdade
como este que nos deixou Alfred Jarry. Aqui temos em mãos a primeira tradução
brasileira de Messalina, segundo romance da trilogia amor e morte,
precedido por O amor absoluto e sucedido por Supermacho.
Publicado na França em 1901, Messalina abriu com
um chute as portas do século XX. A escrita é alucinante, pantagruélica, modernista
avant la lettre, um
caleidoscópio delirante, erótico e selvagem, com um vocabulário de
especificidade atordoante e uma erudição tão natural como a de um dos nossos,
Oswald de Andrade. Ler Messalina é acelerar num carro conversível sem
capota, múrrino à mão e dados de osso espalhados ao redor, vendo passar a toda
velocidade jardins reais, circos romanos, coliseus e figueiras sagradas sob o
eclipse lunar. Roma, anagrama de amor, é um borrão que passa à direita, à
esquerda, ao fundo. “Eu sou toda a Cidade!”, ela sussurra em nosso ouvido. A
filha da domadora, a depravada Augusta, a puta de Suburra, a cadela, a louca, a
cortesã fulva, a loba, a Vênus-Imperatriz. A Messalina, nome que virou
adjetivo.
Vestida em seu traje heroico — nua —, ela nos convida a confarrear
com uma pluralidade vertiginosa de homens asiáticos, etíopes, soldados
romanos, mímicos-prestidigitadores e a adentrar um lupanar de Suburra, no
submundo da cidade do adultério. Os sentidos das frases soam múltiplos, plurais
— e o são. A gente pede pra ir mais devagar, mas a escrita não para, não
desacelera. A compreensão só pode ser cumulativa, intuitiva, sensória. As
imagens em borrão voltarão de assalto para te atormentar e incitar, como flashbacks
de uma viagem que fará os menos aventureiros questionarem a veracidade destes ditos
fatos.
Breve e cataclísmico, Messalina é uma explosão. E como tal, o zumbido desse BUM! vai ressoar em seus ouvidos muito tempo após a leitura.
Alfred Jarry (1873-1907) foi um poeta, dramaturgo, romancista francês, inventor da patafísica – ciência das soluções imaginárias e das leis que regulam as exceções —, de vida breve, intensa, excêntrica e de saúde e corpo frágeis. Um gênio de pés infinitesimais calçando sapatos de mulher.
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Especificações Técnicas | |
Tradutor(a) | Letícia Coura |
Nº de páginas | 124 |
ISBN | 978-85-7321-602-8 |
Largura | 13,5 |
Altura | 20,5 |